Sentimento alado

Vem, anjo bom!
acende a luz da noite
e deixa que o reflexo prateado de
tuas mãos revestidas de luminosidade
toquem meu coração.

Com teus dedos etéreos
e teu velho alaúde
faze ressoar notas suaves
que segurem a linha do horizonte
para que ele nunca mude.

Com uma pequena clave
acerta, suavente, as estrelas
para que elas cantem igualmente e
ilumine esta noite dormente.

E numa fração de segundos
gira em torno do mundo
fazendo dormir a madrugada
e eternizando a noite enluarada.

Sob as ruínas do silêncio
edifica os brilhos fugazes da aurora
para o riso da noite descansar
deixando, finalmente, em paz o coração que chora.

Gláucia Rocha Olivieri